16.1.14


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[Resenha] Marilyn - Norman Mailer


MARILYN

Título: Marilyn
Autor: Norman Mailer
Editora: Record
Páginas: 347
Ano: 2013





Sinopse: Edição comemorativa de um clássico de Norman Mailer, um dos mais brilhantes escritores norte-americanos, vencedor do Prêmio Pulitzer por duas vezes e cultuado autor de livros essenciais, como A luta. Marilyn, publicado agora com nova tradução, é a memorável biografia de um dos maiores ícones da Era de Ouro do cinema. Em um relato ao mesmo tempo realista e poético, Mailer mostra uma Marilyn Monroe diferente: manipuladora, inteligente e extremamente determinada. Muito distante da imagem de loura ingênua, mimada e sortuda, que atuava por intuição, o autor nos apresenta à verdadeira estrela, que desempenhou seu trabalho de maneira brilhante e sucumbiu à depressão no auge da carreira.

O assunto biografia tem estado em alta no país por conta da briga entre biógrafos e biografados, onde os profissionais dessa área pedem o direito a dispensar autorização prévia ao biografado com base na máxima da liberdade de expressão e refutada por muitos pela lei do direito à privacidade. O caso é que nem todos têm a intenção de serem fiéis aos fatos da vida ou sequer têm conhecimento para escrever a história de alguém. Esse, entretanto, não parece ser o caso do premiado Norman Mailer, jornalista e escritor norte-americano, que publicou em 1973 essa biografia sobre Marilyn Monroe, pretendendo mostrar tudo o que não foi documentado pelos jornais ou mesmo elucidar algumas questões do que foi e o porquê; a vida dessa estrela de forma mais particular, suas maneiras e sentimentos por trás do símbolo sexual tão famoso na década de 60, e imortalizada por cantar “Parabéns, Sr. Presidente!” de forma tão peculiar ao então chefe Kennedy. A Editora Record trouxe essa edição ao Brasil após 40 anos de sua publicação para comemorar e resgatar esse estudo da época e seus personagens.

A questão que ficou na minha mente durante a leitura foi: qual a real atribuição de um biógrafo? Estudar uma época e um personagem e contar sua história de vida, ou ele também pode/deve supor, basear e discutir o que estudou e entendeu?


Porque Mailer inicia seu livro causando furor e despeito ao endeusar uma estrela hollywoodiana, considerando que estes seres, como ela, parecem ter sido mais humanizados a cada dia e tirados do hall de divindades para serem reconhecidos como seres humanos e passíveis a erros. Mas estamos falando de um livro de 73. Então ele, Mailer, começa falando das características “mundanamente divinas” de Marilyn e coroa seu primeiro capítulo apontando o que considera como principais erros dos trabalhos biográficos anteriores ao seu. Preciso dizer que essas questões extremas me fizeram estranhar o livro desde o começo.

O autor conta os detalhes já conhecidos e reconhecidos da vida de Monroe e os discute com fervor, mas acrescenta, ao que já é de conhecimento de todos, diversas conclusões sobre o que significaram, tentando por vezes ligar uma atitude que ela teve aos seus traumas de infância e supondo suas motivações. É inegável a inteligência com que o texto é construído, mas me senti cansada ao ler a obra. Com o tempo não desejava mais saber por que os casamentos de Marilyn duraram tão pouco e o motivo por ela ser tão aficionada por sexo – inclusive as palavras sexo, amor ou sexual aparecem nada menos do que dezesseis vezes nas duas primeiras páginas do livro ; isso diz muito sobre como a Srta. Marilyn Monroe permeou sua vida.

Talvez seja por minha estranheza com biografias, já que eu e elas não somos amigas íntimas, mas o livro não me cativou. Talvez a escrita do autor tenha se sobressaído, mas a atriz de cinema mais famosa do mundo e tão falada até hoje não me conquistou. Uma pena.

Beijos!

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10 comentários:

  1. Ai que saudade do seu bloguito!!!

    Já li este livro, adoro a diva, mas assim como você também não consegui me conectar com o conteúdo...pra mim o que atrapalhou foi a narrativa cansativa do autor.

    Beijo, Van - Blog do Balaio
    balaiodelivros.blogspot.com.br

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    1. Oi Vanessa,

      acho lindo como a leitura une mas ao mesmo tempo é particular, eu já achei a narrativa do autor boa e a biografada mais "fraca". Muito bom saber sua opinião.
      Obrigada por compartilhar comigo.

      Lilian

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  2. Bom dia Lilian,

    Tenho curiosidade em ler alguma coisa sobre a atriz, mas pela sua resenha esse livro é cansativo, mas quem sabe dou uma chance...parabéns pela resenha...abraços.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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    1. Obrigada pela visita, Marco.

      Se puder, leia e nos conte sua opinião :)

      Abraço.

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  3. Oi! Eu não curto muito biografias, acho que só leria se fosse de algum ídolo tipo o Ayrton Senna, porque eu o adoro! rsrsrs Mas como não sou fã da Marilyn, não fiquei muito interessada.
    Abraços!

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    1. Oi Monique,

      também não tinha o costume de ler biografias, mas a experiencia foi muito válida. Quero mais disso :) Realmente é melhor quando somos fãs assumidas e interessadas pela vida do artista.

      Obrigada pela visita.

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  4. Oie!
    Também são sou muito fã de biografias, ainda mais se são outras pessoas a escreverem. Não sei, acho que se alguém tem que escrever, é o próprio biografado. Quem mais pode saber o que passa na sua cabeça além de você mesmo? Não importa o quanto estudemos alguém, podemos nunca alcançar seus pensamentos. Os seres humanos são complexos demais pra isso rs
    Acho que a única biografia que li até agora foi a do McFLY, e estou pra ler uma do Renato Russo (bom, tem o filme Somos tão jovens que é uma biografia... conta?). Mas realmente, é algo complicado :/

    Beijos,
    Leehh - Caverna Literária

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    1. Olá :)

      Concordo plenamente: autobiografias são muito mais fiéis, por ser a pessoa que viveu falando de suas emoções e não um terceiro as reproduzindo. As vezes essa complexidade dos seres humanos se mostra também nesse casos, já que é conhecido que em algumas autobiografias só se diz aquilo que o autor gostaria de ter vivido e não as coisas como ocorreram (Mailer fala de uma biografia assim escrita por um Ghost Writer para Marilyn, inclusive).

      Acho que o importante é selecionar em quem se confie para ler e saber da opinião :)

      Beijos,

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  5. Oi Li!

    Não são todas as biografias que eu curto, sabe?!
    E, acredito, que por não acompanhar a jornada da atriz eu não ficaria interessada em ler essa Obra. Principalmente depois do que foi comentado aqui, rs.
    Já as autobiografias parecem mais interessantes...

    Beijo!

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  6. O gênero biografia não é difundido no Brasil justamente por causa desse discurso de censura que estamos acompanhando hoje. Eu também não conheço muito desse gênero, acho que só li uma biografia do Mengele e comecei a ler uma do Ghandi, mas não consegui terminar. Eu quero conhecer mais desse estilo de não-ficção mais pra frente.
    Bjs

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