11.6.14


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As Divas entrevistam Janice Diniz

Olá, galerinha! Tudo bem?

Nós estamos na Semana Janice Diniz e o Inteiramente Diva ficou responsável em entrevistar essa querida autora. Quando estávamos organizando os detalhes, dessas postagens especiais, o pensamento que me veio foi também trazer à tona dúvidas dos leitores, ou seja, dar oportunidade aos leitores da Janice de também formularem as suas perguntas e, acredito que a participação dessas lindas fez dessa postagem e desse propósito algo bem mais especial! Vamos conferir?!

SemanaJaniceDiniz_Promoção

Perguntas das leitoras:

Michela Delgado: De onde surgiu a ideia de escrever sobre caubóis? Como foi para você criar Matarana, com um povo tão complexo?

Quando morava no interior do Mato Grosso, pouco antes de me separar, eu tinha voltado a ler muito e a escrever também. Aí, reencontrei os livros da Janet Dailey, que era a rainha dos cowboys, e, ao mesmo tempo, eu vivia em um lugar cercado de homem com chapéu, picapes e influência americana. Passei inclusive a única virada de ano, em Sorriso, num salão country. Acho que essas misturas todas me influenciaram, não quando decidi me tornar escritora, mas me indicaram qual o nicho a explorar no gênero romance. Olha, Michela, criar todos aqueles personagens foi difícil e ao mesmo tempo muito normal, natural para mim. Fiz um grande esquema num caderno, dividindo cada capítulo em cenas e tentava seguir kkk… Tentava, por que o Franco, o Thales e a Karen eram os que mais fugiam do que eu planejava para as cenas deles; a Nova era a mais bem comportada, e o Rodrigo sempre conseguia arrancar um suspiro da autora kkkk… Eu tinha e ainda tenho muito material para trabalhar com esses personagens e, por mais complexo que seja organizar e escrever sobre cada um, com aquelas personalidades fortes, dramas e senso de humor bastante ácido, contraditoriamente, é também muito simples abrir o Word e chamá-los de volta para mim (para nós).

Michela Delgado: O que podemos esperar dessa nova remessa de "caubóis delicias"? Como foi criar novos personagens após o povo porreta de Matarana?

Essa nova remessa não perde para os de Matarana, dá empate técnico kkkk. No início, pensei que acabaria criando versões do Franco, Thales e Rodrigo, mas assim que o Alec, de Profundo Amor, começou a agir, percebi que cada um é único e ele mesmo pouco tem a ver com os caubóis até então criados por mim. Claro que o Stetson, o jeans gasto e justo, o jeitinho sedutoramente tosco e briguento e a autoconfiança permanecem... Mas essa é a base de qualquer caubói que honra as suas botas, ora! kkkk No entanto, senti a pressão dos caubóis de Matarana, sim, e até receio de não dar conta do recado e me tornar refém desses personagens que me acompanham desde 2011.

Rita de Cássia Andrade: Santa Fé é outra estória né, outra trilogia?

Cowboys de Santa Fé é uma coleção de livros eróticos com caubóis. Cada história tem como protagonista um caubói que vive na cidade de Santa Fé, vizinha de Matarana. Logo, Rita, não é uma trilogia, porque serão vários livros independentes. É claro que assuntos pendentes em Profundo Amor (o primeiro livro) poderão aparecer no segundo, mas o caubói-protagonista e sua história serão outras. Não sei ainda quantos livros essa coleção terá, a inspiração me veio da antiga coleção da Nova Cultural (hoje Harlequin), Momentos Íntimos, só que versão country e bem mais picante.

Simone: Mesmo sabendo que nunca é tarde para começar, minha pergunta é porque Janice Diniz com tanto talento só começou sua carreira de escritora agora?

Na verdade, Simone, minha carreira literária começou em 2007, quando criei um blog com meus contos, além de escrever para várias revistas literárias, inclusive, uma da Europa (a Storm Magazine) e publicar alguns desses contos em coletâneas e participar de concursos literários, sendo que ganhei um deles do Portal Literal, em 2008. Em 2009, dei uma parada para curtir (negativamente, é claro) uma crise de identidade como escritora acompanhada por um maravilhoso bloqueio. Nada que eu escrevia prestava, não passava pelo meu senso critico e imediatamente era largado de lado. Não conseguia me adaptar escrevendo histórias com vampiros, duendes, fadas, anjos, sereias, tubarões, o que fosse, tampouco me sentia atraída pelo romance de época ou juvenil, por exemplo. Ainda precisava me encontrar como escritora, ter o meu estilo próprio, a  minha assinatura, o jeitão “Janice Diniz de escrever” kkkk. Além disso, parecia que nenhum assunto “mexia” comigo, me deixava apaixonada e obcecada. A ideia surgia, mas a paixão acabava lá pela página cento e poucos e, mais uma vez, não terminava uma história. Eu não queria publicar livros de acordo com a moda vigente, as coisas não funcionam assim na minha cabeça, queria ter a minha própria voz. Em 2011, quando comecei a escrever Terra Ardente (à época o título era “Matarana”), percebi que estava completamente apaixonada e que eu seria uma doida se guardasse aquele material em uma gaveta ou num arquivo do PC. Na metade da escrita do livro já tinha a certeza de que havia descoberto a “minha voz” na literatura. Prefiro que pensem em mim não apenas como uma escritora e sim como uma escritora de romance com caubóis, com conflitos psicológicos e temáticas sociais, mas basicamente histórias de amor com caubóis, e para o público adulto, com linguagem para adultos – isso independente da idade do leitor, tem mais a ver com a maturidade de cada um.

Ana Lucia: Você vê uma aceitação maior da literatura nacional nos dias de hoje? Qual sua maior inspiração para compor os personagens? Você planeja fazer um spin off do Thales com a minha pessoa (rsrsrsrs brincadeira)?

Aninha, tenho para mim que o leitor inteligente não separa a literatura nacional da internacional, ele quer ler um livro bom, bem escrito, que faça jus ao tempo de vida que será usado para essa leitura. Tem muita coisa boa sem visibilidade, assim como há muita coisa ruim com excelente divulgação e isso vale para a literatura nacional e a estrangeira. Ainda assim, essa nova safra de escritores brasileiros estão conseguindo pelo menos popularizar a literatura de entretenimento, o que é válido. Antes disso, só tínhamos a americana. Então, nesse sentido, a aceitação está maior. Minha inspiração para compor os personagens, primeiramente, vem da ideia a qual quero desenvolver. Por exemplo, a Karen significa a mulher forte, livre e, ao mesmo tempo, totalmente desamparada, uma sobrevivente da própria realidade de ser mãe solteira e provedora da casa; a Nova é a romântica que mudou de vida por amor, mas jamais faria isso pela carreira, ela contraria as mulheres modernas. O Thales representa a ideia do homem poderoso que precisara literalmente matar o seu passado para sobreviver. E o Rodrigo, a figura do homem da lei com princípios que podem ser relativos, segundo a circunstância. Cada um deles apresenta uma faceta da nossa personalidade/sociedade. Aí, a gente junta todos e os coloca numa cidade quente pra caramba, temos assim a explosão de paixões e brigas, começando então a diversão kkkk. É possível, sim, abrir as porteiras da Arco Verde para uma visita sua ao Thales, resta saber se aguentará por muito tempo aquele gênio do cão kkkk. Percebeu que em todos os livros da série tem uma mulher p. da vida com ele? kkkkk

Perguntas do Inteiramente Diva:

Inteiramente Diva: Você pensa em um dia escrever algo fora do "universo caubóis"?

Não, não penso em voltar a escrever fora desse universo. Comecei com esse tipo de romance com caubóis faz pouco tempo, em 2011, então dá para continuar por mais uns trinta anos pelo menos kkkk.

Inteiramente Diva: O que podemos esperar de Profundo Amor? Pode nos contar um pouquinho sobre os próximos livros da série Cowboys de Santa Fé?

Profundo Amor é um romance que conta a história de Alec Adams, um chefe de segurança de fazenda, durão e autoritário, que tem de bancar o guarda-costas da filha do patrão, uma garota de 17 anos, com a qual, sem saber, ele já se encontrou e se encantou. Além disso, tem de protegê-la de alguns perigos, como de uma onça que ronda as fazendas e até dele mesmo.

É um romance erótico com cenas de suspense, humor, drama e, claro, sexo.

Já comecei a escrever o próximo livro: “Não se Apaixone por um Cowboy”. E o cowboy da vez é Vince Romano – um ogro sedutor e mal-humorado, que trabalha na delegacia da cidade como investigador e tem uma quedinha por Valentina, dona de uma livraria chique à beira da falência. Alguém próximo a ela morre e Valentina se torna uma das suspeitas do crime que Vince terá de investigar.

Inteiramente Diva: Quando surgiu a ideia de escrever spin offs de Matarana? Já tem ideia de quantos livros serão? O que você está reservando para os leitores?

A ideia surgiu quando descobri que tinha deixado o meu coração na gaveta da mesa do delegado da cidade kkkk. Eu tinha de voltar para Matarana de qualquer jeito. Na verdade, a vontade de ‘falar’ sobre a violência urbana não me deixou aposentar os meus pistoleiros, tampouco esquecer o que Thales Dolejal representa em relação à bandidagem: ele é a voz e a vontade de muitas pessoas. Por outro lado, também sofri uma pressão danada das leitoras para continuar a escrever a série Matarana, só que eu não via sentido para um quarto/quinto livros, não há o que se amarrar ou estender. Então imaginei um novo formato de história para esses personagens. Ainda não sei quantos livros teremos, mas a estrutura será a de temporadas com episódios, isso significa que serão livros pequenos com um fio condutor que guiará cada temporada. Essa parte já está esquematizada. Quem leu a série inteira reconhecerá aquela atmosfera densa e intensa, ainda mais intensa no spin, com mais ação e sensualidade.

Inteiramente Diva: Os seus personagens são incrivelmente complexos e encantadores (e muito mais *-*); existe algum personagem de suas obras que foi inspirado em alguém ou algum personagem já existente?

O coronel Marau foi inspirado em um fazendeiro de Sorriso nascido em Marau, RS. Ele bancava financeiramente um político local que queria ser o prefeito da cidade contra um engenheiro do Mato Grosso. Um sujeito insuportável. Obviamente, eu votei no engenheiro, ele tinha nascido naquela terra, então era ele quem tinha de estar na prefeitura. A vó Ninita, por sua vez, é uma homenagem à minha avó materna que morreu há 20 anos, mas no meu coração ainda está bem viva. Ela não tinha o senso de humor da avó da Karen, mas a boca suja e o  modo de falar as coisas na cara, sim kkkk.

Inteiramente Diva: Se você pudesse definir seus livros em uma única palavra, qual seria?

Intensos.

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Resenhas: Terra Ardente | Céu em Chamas | Fogo no Cerrado

Outras participações no Inteiramente Diva:  Entrevista | Rascunhos de Diva com Janice Diniz | Tempestade de Areia Branca

Confira os sites das séries da autora: Série Matarana | Cowboys de Santa Fé

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Nice, minha querida amiga, muito obrigada! Você sabe que torço muito por você e que amo cada sonho que você transforma em palavras! Muito obrigada mesmo! E agradecemos de coração as queridas que enviaram perguntas (vocês ganharão mimos do ID *-*)!

E ah, Profundo Amor já está disponível para compra (é só clicar no banner abaixo) e com desconto, mas só hoje e amanhã. Aproveitem!

profundo amor

Não deixem de conferir o sorteio e as postagens nos outros blogs, durante a semana, hein?! Beijos e nos encontramos nos comentários.

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8 comentários:

  1. Adorei a entrevista. Gostei de saber como a autora começou a escrever e quais foram as suas influências. Gosto muito de ler os livros da Janet Dailey. Estou louca para conhecer os cowboys de Santa Fé.

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  2. " tenho para mim que o leitor inteligente não separa a literatura nacional da internacional, ele quer ler um livro bom, bem escrito, que faça jus ao tempo de vida que será usado para essa leitura." se todo autor tivesse um pensamento assim, tenho certeza que quebraria uma boa parte desse preconceito literário que infelizmente está enraizado por aí. como não amar uma autora pé no chão, talentosa, que sabe a que veio e ainda respeita o seu leitor!! suas respostas só me deixaram mais saudosa de Matarana e só confirmaram o porque de eu ser sua fã. disse e repito, se tem alguém que merece esse reconhecimento, é vc dona Janice! Parabéns aos blogs participantes!! bjão!

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  3. Adorei conhecer um pouco mais sobre a autora e os livros.

    Bjok

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  4. Muito legal a entrevista. Adorei conhecer os pontos de vista da autora sobre os livros e personagens. Foi um prazer poder degustar desta entrevista com vocês e conhecer mais um pouco da autora. Beijos.

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  5. Adorei a entrevista!
    É um prazer poder conhecer um pouquinho das inspirações, idéias e sentimentos dessa escritora tão querida que possui uma escrita tão gostosa e única de ser. =D
    Obrigado pelo privilégio.
    Bjs

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  6. Adorei conhecer mais detalhes da autora. E o interessante que minha paixão por caubóis começou pela série "Calder" de Janet Dailey, citado em uma das respostas, mas agora virou amor profundo por Janice Diniz.

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  7. Adorei a entrevista, é tão bom saber um pouco mais sobre um autor..nos faz se sentir mais erto deles...Parabén.

    bjs

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  8. Gostei muito da entrevista e das respostas super simpáticas da autora. =D

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