Autor: Cristovão Tezza
Editora: Record
Páginas: 240
Ano: 2014
Classificação: 4/5
Skoob
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Sinopse: Quando desapareceu de Curitiba, abandonando a bem-sucedida carreira de professor universitário e um casamento aparentemente feliz, Frederico Rennon deixou como pista apenas algumas cartas escritas no computador, endereçadas à atriz Sara Donovan. As primeiras mensagens são quase protocolares, e aos poucos as trocas vão ganhando novos contornos, à medida que o professor e a atriz se envolvem em uma paixão improvável. Porém, a progressiva derrocada da face virtuosa do professor é comentada, contestada e ridicularizada por seu filho, que, após o sumiço definitivo do pai, decide transformar o caso em um livro. Cristovão Tezza enreda o leitor no embate entre essas duas versões conflitantes. Em que relato confiar, nas cartas do respeitável professor que tem a vida virada pelo avesso após se apaixonar, ou na narrativa do filho, ovelha negra da família?
Leio Cristovão Tezza com certa ~mente muita~
reverência, saboreando do início ao fim, porque mesmo que ele fale de tragédia
ou banalidades sempre me apaixono. Incrível. Essa é a quarta obra dele que
conheço e a quarta que me agarra no pé da mesa, curtindo. Sim, sou fã de um
senhor que só conheço os livros, nem sei de sua lista de supermercado ou nada
mais da vida (como a maioria daqueles que não quer ser denominado poser). Adoro seus livros porque, mesmo
que não seja em sua melhor forma, a narrativa sempre me prende. A qualidade com
que escreve faz com que eu queira ler o livro mesmo que a história seja sobre a
carochinha. Então, não me julguem por não saber nada do autor além dos livros
dele que li, mas não perco a oportunidade de conhecer mais um.
A nova edição lançada pela Record trouxe um prefácio
delicioso, onde Tezza fala do processo de criação do livro e da sua compulsão e
amor por falar de Curitiba, mesmo estando em Nova York. Prefácio esse que me
lembrou da leitura do livro de crônicas Um Operário Em Férias, quando eu passava vergonha pela rua ao ficar rindo
para um livro, vocês precisam conhecer esse cara, sério.
Uma Noite Em Curitiba tem uma capa austera, simples,
direta, assim como outros lançamentos do autor pela editora. Gosto disso, de
não saber o que encontrar na leitura além do título (e do óbvio amor que tenho
pelo cara). Foram 240 páginas nada rápidas na leitura, mas com prazer.
Para mim o livro falou de amor: do amor de um homem por
si mesmo ao longo de toda a vida; do amor de um professor ao seu trabalho por
longos anos; do desamor de um pai por seu filho; e pelo que a falta desse amor
pode fazer a um filho. Aos diferentes tipos de amor em família, mas também ao que
o amor apaixonado, reaceso ou recém-descoberto, pode fazer por um homem que
achava já estar no fim da vida. Frederico Rennon é um historiador de renome, professor
de peso e reconhecido, que escreve, se percebe aos 51 anos escrevendo, cartas
apaixonadas à atriz Sara Donovan. Bem, seu filho ~nada pródigo~ tem acesso a
todo esse material e os expõem, explica e contextualiza. O texto é recheado
dessas cartas e do que o filho fez e achou disso tudo.
Não concordo que esse livro tenha sido o ponto alto do
autor, ainda prefiro seus outros livros, mas tenho que concordar que a obra
mostrou o seu talento. As cartas são cheias de descrições sobre vida e tantos
sentimentos que fui capaz de sentir a solidão e o desespero do professor em
manter sua estabilidade aos olhos do mundo. E quando passava ao texto do filho
dava para sentir a orfandade, o desespero por um pai, o rancor e desamparo. O
que quero dizer é que fica claro quem é o narrador mesmo que isso não esteja
óbvio no início de cada capítulo, e, por favor, adoro isso.
Oi Lilian! Até então eu sequer conhecia o autor e suas obras, mas depois de tantos comentários positivos, seria hipocrisia minha dizer que não estou com vontade de lê-lo. Só por esse resumo da obra, já fiquei ansosa para desvendar o final, imagina se eu começo a ler? Hahahaha Adorei sua resenha! É sempre uma delícia conhecer outros autores! <3
ResponderExcluirBeijinhos!