Título: Um Mundo Brilhante
Autora: T. Greenwood
Editora: Novo Conceito
Páginas: 336
Edição: 2012
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Sinopse: Quando o professor Ben Bailey sai de casa para pegar o jornal e apreciar a primeira neve do ano, ele encontra um jovem caído e testemunha os últimos instantes de sua vida. Ao conhecer a irmã do rapaz, Ben se convence de que ele foi vítima de um crime de ódio e se propõe a ajudá-la a provar que se tratou de um assassinato. Sem perceber, Ben inicia uma jornada que o leva a descobrir quem realmente é, e o que deseja da vida. Seu futuro, cuidadosamente traçado, torna-se incerto, pois ele passa a questionar tudo à sua volta, desde o emprego como professor de História, até o relacionamento com sua noiva. Quando a conheceu, Ben tinha ficado impressionado com seu otimismo e sua autoconfiança. Com o tempo, porém, ela apenas reforçava nele a sensação de solidão que o fazia relembrar sua infância problemática. Essa procura pelas respostas o deixará dividido entre a responsabilidade e a felicidade, entre seu futuro há muito planejado e as escolhas que podem libertá-lo da delicada teia de mentiras que ele construiu. Esta, enfim, é uma história fascinante sobre o que devemos às pessoas, o que devemos a nós mesmos e o preço das decisões que tomamos.
Grandes expectativas me esperavam nesse livro, não necessariamente positivas. Li várias resenhas que davam o livro como mediano, culpando o protagonista como um “paradão” na vida. Bora ver o que achei do livro?
O livro trata de fazermos escolhas ruins, nos arrependermos, mas continuarmos a fazer péssimas escolhas. Não é sobre saber escolher o que é correto, mas sobre decidir pelo que te fará infeliz consciente da infelicidade. E continuar passivo...
E acho que foi exatamente isso que me fez gostar da obra, por não ser um romance com início feliz, conturbado no meio e com clímax no “e viveram felizes para sempre”. É bem mais real que isso, com pessoas cheias de defeitos e a luta constante para fazer o que é certo, mesmo que isso mate um pouquinho a cada dia. Essas são as verdadeiras histórias de amor.
Ben Bailey é um professor adjunto de história, doutorado, mas que tem a maior parte de sua renda como barman. Pode-se dizer que sua carreira é fracassada, como toda sua vida, aliás. Decidiu morar em Flagstaff por causa do seu amor pela neve e lá fez sua vida, conheceu Sara – linda enfermeira, feliz e jovial – por quem se apaixonou, até o momento em que a pediu em casamento. O noivado já durava dois anos e a única coisa que ele gostaria é ter como terminar com tudo e viver sua vida pacata.
Era assim que Ben se sentia com relação à Sara às vezes. Bem sabia que o seu modo de agir a magoava, que fazia mal a ela. Ele estava destruindo o que restava de algo que outrora fora bonito. Mas não conseguia resistir. Havia algo de estranhamente atraente quando imaginava até onde poderia ir antes que ela desse um basta naquilo (Página 46).
Um homem de descendência indígena morto em sua porta o leva a conhecer Shadi Begay, a irmã. Os sentimentos são contraditórios, mas o que ele sabe é que pela primeira vez é feliz. Pela primeira vez em sua vida encontra alguém que é capaz de entender suas dores, seus sofrimentos, o buraco constante dentro de si pela perda.
[...] Mas, quando ele falou com Shadi naquela noite no hospital, parecia que ela havia encontrado o que Bem trazia guardado, parecia que ela havia aberto e alisado cicatrizes suaves das dobras. Como se ela estivesse pedindo que ele compartilhasse os farrapos daquela dor (Página 31).
A autora fala de tramas complexas, dores profundas, com um texto fluido e gostoso. Não percebi as páginas passando e, mesmo que não concordasse com Ben, torci para que ele fosse feliz, pelo “viveram felizes”. A vida é engraçada, o nosso lado sentimental sempre nos faz torcer para que tudo termine bem e que as pessoas tenham o direito de serem felizes.
Preso em um noivado indesejado, com uma mulher de personalidade mais forte que a sua, amando outra pessoa impossível de ser alcançada e ainda tentando descobrir o motivo da morte de uma pessoa. Um homem fraco, tendo que começar a cumprir as suas promessas. Que enredo melhor poderia haver? Recomendo para quem deseja pensar sobre suas escolhas, porque eu pensei em muitas das minhas.
Shadi tomou as mãos dele nas suas. Ela massageou suavemente as costas das mãos de Bem com seus polegares.- [...] Nós compartilhamos a mesma tristeza. E você acha que, se conseguir diminuir minha tristeza, a sua desaparecerá também. Mas não é assim que as coisas funcionam (Página 316).
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