Título: A Vida de Pi
Autor: Yann Martel
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 419
Ano: 2010
Sinopse: O narrador da história é um garoto indiano de 16 anos chamado Piscine Molitor Patel, mais conhecido como Pi. Sua família administra um zoológico na cidade de Pondicherry, mas decide abandonar o país no auge de sua instabilidade política, nos anos 70. A ideia é se mudar para o Canadá, pegando carona no cargueiro que transferirá os animais do zoo para os EUA. Infelizmente, o navio afunda logo nos primeiros dias de viagem. Há apenas cinco sobreviventes: Pi, uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre de Bengala, todos salvos pelo único barco salva-vidas disponível. Inicia-se aí uma cruel luta pela vida entre cinco mamíferos no meio do oceano Pacífico. Aparentemente, Pi não tem a menor chance de escapar das feras. Enquanto aguarda sua vez de ser devorado, o garoto tenta encontrar alguma remota possibilidade de matar o tigre, o que é praticamente impossível: o animal está saudável, pesa mais de 200 quilos e é capaz de nadar. À beira do desespero, Pi conclui que o melhor a fazer é manter o felino vivo e dependente de seus cuidados. Esta é sua única chance. O jovem usa o conhecimento que adquiriu no trato dos animais no zoológico para domar a fera e conquistar o seu respeito. E o tigre, acostumado a viver numa jaula e a ser alimentado pelos humanos, não demora para perceber que precisa de Pi vivo. O mais impressionante é que o autor, Yann Martel, consegue dar um final surpreendente a uma história tão incomum. A conclusão desta aventura imprevisível contrapõe a grandiosidade e a mediocridade que coexistem em todo ser humano.
Olá Divas/os,
Primeira resenha de 2013 e a felicidade é imensa, pois espero que essa seja a primeira de muitíssimas outras. Que nosso ano seja repleto de boas leituras e que, mesmo as não muito boas, possam nos dar excelentes experiências e frutos diversos. Sim, porque os livros sempre têm algo de bom a oferecer. :) Eu acredito nisso.
Vamos lá?
Piscine Molitor Patel é um pequeno indiano que teve a sorte e dádiva de ter crescido rodeado de todos os animais sonhados por ~quase~ todos na infância, pois seu pai era dono de um zoológico em Pondicherry (na Costa de Coromandel, Índia).
Por ter sofrido terrivelmente com a escolha de seu nome, Piscine, acabou adotando o apelido de Pi Patel e fez de tudo para que assim fosse chamado. Aqui já vemos o bullying sofrido por todos nós na infância/adolescência (esta mesma que vos escreve já foi exaustivamente chamada de 'sem-fronha', até hoje, inclusive).
Estabelecendo uma característica incomum de vida, Pi resolveu amar a Deus de todas as formas que achasse válida, se tornando assim praticante de três religiões, no mínimo, distintas: hinduísmo, islamismo e cristianismo. Só aí já temos panos pra muitas mangas de livro, mas calma... fica melhor. Não é spoiler algum dizer que durante a mudança de sua família para o Canadá, o navio em que se encontrava afundou e este pequeno rapaz se viu preso a um bote de 8 metros com nada mais, nada menos, que um tigre-de-bengala, um orangotango, uma hiena e uma zebra. Sim, pouco provável, mas plausível.
Alguns disseram que o livro tem um caráter religioso muito forte, eu discordo veementemente. O outro comentário que achei mais justo foi “Se você é cristão, após o livro se tornará mais fervoroso. Se você é ateu, após a leitura será mais descrente ainda”. O livro trata de percebermos a presença de Deus (ou se preferir, de uma força maior que nos impulsiona e traz paz) mesmo na mais absurda das adversidades, e trata ainda de questões como buscar sua própria sorte ou ver, nos píncaros do desespero, o túnel que leva a uma saída brilhante... São tantas as lições que eu poderia discorrer sobre elas quase eternamente, parecendo mais piegas do que já estou.
Fiquei com uma sensação de amargo no fim do livro e olhando para o vazio, considerando até onde o ser humano é capaz de ir, na medida em que deseja se salvar/ser salvo. Isso é muito, muito forte! Pare por dois minutos para pensar o que você seria capaz de fazer se estivesse preso – bem ao estilo Jogos Mortais – e sua única saída fosse matar ou morrer. Eu fiquei com medo de mim. Sério.
O livro é tão amplo, tão bem escrito, tão critico, que tenho a impressão que todos têm a obrigação de lê-lo em algum momento...
Adoro a visibilidade que os lançamentos de filmes dão aos livros inspiradores, mas tenho que dar crédito a todos os meus queridos do Clube do livro, que frequento, por essa leitura, pois ele já estava sendo comentado bem antes de ser esse boom que é hoje. Uma delícia poder compartilhar as leituras e ser estimulada a novas descobertas. Experimentem!
Enfim, preciso dizer o quanto indico a A Vida de Pi? Pra ontem, por favor. Me contem o que acharam e vamos discutir aquele final enlouquecedor nos comentários.
Em tempo:
Sobre o boato, que tomou força com o lançamento do filme, em que o livro seria o plágio de um livro de Moacyr Scliar, cito um texto que muito me interessou, onde Scliar diz “as ideias não são protegidas por direitos autorais. O que é protegido é a determinada forma de exteriorização de uma ideia.” Genial. Acredito que o livro de Scliar, Max e o Felino, só teve a ganhar com a visibilidade criada, mas não foi nada além disso. Por sinal, desejo conhecer o livro e um pouco mais do autor nacional, que por motivos outros ainda não tive oportunidade...
A Vida de Pi tem sido muito comentado no meio literário e cinematográfico, pois foi lançado o filme recentemente, inclusive indicado ao Oscar. O título foi modificado para As Aventuras de Pi e até achei uma mudança razoável, se observada pela ótica publicitária, mas não concordo que outras edições do livro sigam a mesma linha de mudança no título. As editoras realmente precisam parar com essas mudanças de títulos ao vento.
Indicações do filme As Aventuras de Pi ao Oscar.
Então por favor, todos lendo o livro e vendo o filme! :)
Nos vemos nos comentários? :*
Hummm, As Aventuras de Pi ou A Vida de Pi? Ou ainda, Max e os Felinos? Que confusã estão fazendo em cima deste livro né não? Mas ao meu ver, isto tem contribuido para a curiosidade geral dos leitores, eu sou uma das que querem ler tanto o lançamento quanto o do autor Moacyr Scliar.....
ResponderExcluirAh, e claro, quero ver o filme também!!!
beijokss
Van - Blog do Balaio
Concordo com vc, acredito que essa "bafafá" sobre plágio tem só aguçado a curiosidade geral sobre as obras... Fiquei com mais vontade ainda de conhecer o Scliar.
ResponderExcluirA vida ou As aventuras? Prefiro que se mantenha igual desde o começo, em todas as edições.
Li, eu amei sua resenha! Ela conseguiu passar tudo o que você sentiu ao ler AVdP com primazia! Mas confesso que tenho os meus receios de ler e assistir... Todas as histórias que envolvem animais mexem muuuuuito comigo, sabe?!
ResponderExcluir:*
Amei a resenha.
ResponderExcluirFiquei com tanta vontade de ler o livro.
Adorei a parte sobre crenças. Fiquei bem curiosa sobre isso.
Beijos,
Carissa
http://artearoundtheworld.blogspot.com
Olá amore!
ResponderExcluirBom, minha irmã foi ver o filme no cinema, mas eu não interessei pelo livro não! Mas desde já digo que gostei muito da sua resenha!
Beijos, Lucas
@Lucas_ENL
http://escondidosnolivro.blogspot.com.br/
Líííliaaaaaan
ResponderExcluirexcelente resenha!
o livro é mesmo maravilhoso! é daqueles que TEM que ser lido por toda humanidade!
Sobre essa confusão aí com Max e os Felinos... eu acho que, no fim das contas, não é exatamente um plágio, por uma entrevista que vi do Scliar dando um depoimento, entendo que Max e os Felinos é um livro mais político, onde o Jaguar representa a ditadura e opressão, enquanto que em A Vida de Pi os animais tem um sentido completamente diferente. Mas ainda assim, quero ler o livro do Scliar para verificar se minha conclusão é correta.
beijão!
Juliana
http://capespeciais.blogspot.com.br/
Ahhhhhhhhhhhhhh Jubs xD Minha segunda maior incentivadora em ler Martel <3
ExcluirObrigada por vir e comentar :)
Bom ainda não li e nem assisti, mas essa deve ser a milésima resenha que me estimula a ler, rsrsr, sério o conteúdo deve ser realmente um espetáculo :)
ResponderExcluirBeijos, Lilian :)
Rafa
Blog Melody
http://rafaacarvalho.blogspot.com.br/
Olá, Lilian!!!
ResponderExcluirApós ler suas resenhas se me pego adiantando mentalmente meus cometários (acho que, como disse antes, por entender totalmente aquilo que você deseja transmitir sobre o livro), mas, ao mesmo tempo, fico procurando as palavras exatas para tornar essa comunicação clara no que se refere ao retorno que gostaria de dar a você... sem contar que quando eu penso em um fator da resenha, aparece que você advinha e menciona adiante rs
Eu não conhecia a obra, sou uma das foi beneficiada por essa onda de adaptações para o cinema. Mas a situação é legal pois a primeira notícia que tive sobre o filme foi através de um blog literário, então quando me vi fascinada pelo trailer no cinema (não só eu mas todos)comentei toda feliz com o meu irmão "foi inspirado em um livro"... traduzindo: "eu preciso ler esse livro" ^.^ e aproveitado a deixa, gostaria de dizer que concordo com você em relação à mudança de títulos, o livro é não depende do filme, não se originou dele, então por que modificar algo que foi pensado pelo autor (u ser que trabalha tanto para a escolha de cada palavra)? Para o filme tudo bem, mas o livro? Não. Se fosse assim, iriam reeditar várias histórias (apagar tantos personagens) por que no filme é diferente -.-
Ainda não li, mas tenho grandes expectativas. Mesmo antes de ler sua resenha esperava que o livro fosse exatamente como você descreve (assim mesmo piegas rsrsr ... e pode continuar, adorei a forma como colocou ^.^) A única coisa que me entristeceu foi não poder comentar o final (como assim? O que aconteceu?O.O)... mas agradeço por não colocar spoilers -.-
A polêmica envolvendo Scliar também chegou aos meus olhos de leitora ( ia dizer ouvidos, mas... ;p), e a questão é como ele mesmo falou, frase perfeita!Também fiquei curiosa para conhecer Max ( e envergonhada por não conhecer um livro que de destacou no cenário internacional), pois do autor conheço (e adoro) apenas as crônicas.
O que mais chamou minha atenção (não de um modo ruim)foi a citação "Se você é cristão, após o livro se tornará mais fervoroso. Se você é ateu, após a leitura será mais descrente ainda”... isso soa tão paradoxal, que deixou com ainda mais vontade de ler para entender como exatamente isso acontece O.o
Para finalizar (espero rs) essa quase "resenha da sua resenha", digo que o trecho "até onde o ser humano é capaz de ir, na medida em que deseja se salvar/ser salvo. [...]Eu fiquei com medo de mim" deixou-me inquieta (imagine só quando ler o livro)! ... e seguindo sua reflexão, por ora não sei o que eu faria, mas sinto-me inclinada a dizer que eu morreria (?)
Adorei a resenha, ficou mais do que indicado!!
Acho que você já cansou de mim, então... rs ^.^
Espero ter falado algo com sentido
Até mais!!
:*
Seus comentários gigantescos e cheio de boas colocações sempre me encantam *________________*
ExcluirObrigada mesmo pela atenção e tempo dedicado a ler minha opinião <3
Venha sempre e faça muitas resenhas da minha resenha ^^
Bjos
Adoro livros com temas religiosos e que falem da experiência do autor de forma leve e acho que essa é a forma desse livro tratar o assunto, mas ainda não quero ler.
ResponderExcluirA resenha ficou fantástica e emocionante Lilian.
Beijos
@LeitoraIncomum
www.leitoraincomum.com
Obrigada Fê (:
ExcluirQuando rolar um clima com o livro (super necessário pra podermos apreciar a leitura) não perde a oportunidade, vale muito a pena.
Pode até não ser plágio, mas a declaraçao do autor do livro não foi muito agradavel, assim que achar o texto trago pra vc - se quiser claro - mas o q ele disse foi algop como: só aproveite uma boa ideia de um autor mediocre... nao precisava ter baixado o nivel
ResponderExcluirConfeso que me interesse em ver o filme mas nao tive vontade de ler o livro
bjos
Pah
dicalivros.blogspot.com
Li um texto do Luiz Schwarcz essa semana que fala sobre essa declaração infeliz do Yann Martel, concordo com você... foi bem infeliz mesmo. Mas nesse meio (assim como muitos outros envolvendo mídia) acredito que muitas coisas de distorcem pra melhor e pra pior. Sabe-se lá, não é mesmo?!?
ExcluirSegue o link do texto postado essa semana no blog da cia das letras http://www.blogdacompanhia.com.br/category/colunistas/luiz-schwarcz/