6.2.12


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[Resenhando #42] Terra Ardente – Janice Diniz

Terra Ardente

Título: Terra Ardente – Amor e Ódio onde nem os fortes têm vez
Autora: Janice Diniz
Série: Matarana
Editora: Multifoco
Ano da Edição: 2011
N° de páginas: 284
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Sinopse: “Karen tem má fama na cidade. Envolvida com corridas de cavalo, dívidas que podem levá-la à falência e uma vida afetiva que segue a regra dos três encontros e nunca mais, ela não pode fracassar. No seu encalço, dois fazendeiros ambicionando tomarem-lhe a propriedade. Com a vida em risco e sozinha num lugar hostil, ela tenta sobreviver e cuidar da avó e do filho. Se for preciso, seduzirá o delegado de polícia de Matarana para protegê-la – um caubói da lei que se comporta como um xerife durão do velho-oeste americano. Mas Karen não é a única mulher em apuros. A jornalista Nova Monteiro investiga um latifundiário suspeito de aliciar trabalhadores. Abandonou o sudeste para ficar ao lado do homem que ama desde a infância. Um amor que tem tudo para não se concretizar. O que Nova não sabe, porém, é que, segundo boatos, a chuva de cinzas na estação do estio não é somente das queimadas, mas também dos corpos dos forasteiros que se metem com os poderosos da região. Assim, ela faz duas descobertas: que luta pela causa errada e que o amor verdadeiro é um sentimento bruto que pode nascer do medo. Matarana, a cidade das aparências, onde nem sempre o mocinho é bom e o vilão, mau. Um faroeste moderno com mulheres fortes, homens destemidos, pistoleiros, matadores de aluguel e paixões devastadoras. A humanidade posta à prova em situações-limite.”

Book Trailer ;D

A cada dia que passa, em que eu tenho oportunidade de ler algo dos escritores brasileiros, eu fico absurdamente feliz! Sim, a nossa literatura está surpreendendo cada vez mais, encantando cada vez mais e mostrando a potência que é! E antes de começar a resenha, gostaria de dizer que mesmo lendo só 1 livro da Janice Diniz, já virei fã! Caras divas, vocês não tem a mínima noção de como essa autora escreve bem!  Porque uma pessoa que consegue criar uma estória onde a própria cidade é um personagem, as mulheres são destemidas, de personalidade forte e os homens (E QUE HOMENS, VIU?!) caubóis em pleno cenário nacional, só pode ser diva! rs. Comece a ler essa resenha e tenha certeza de que este livro apaixona, envolve e surpreende, por ser diferente. 

Na primeira vez, em que eu tive a oportunidade de ver a capa deste livro, me encantei de cara! Eu, uma viciada em romances, quando vi este, sendo brasileiro e com caubóis, hm. Gamei na hora! *-* Mas como não gamar?! Daí, sempre quando via nas atualizações dos blogs “Terra Ardente” ou “Janice Diniz”, corria pra conhecer mais um pouco da estória, sempre ficava de olho nas atualizações da autora, catando informações, querendo saber mais sobre o livro… Daí você imaginam o quanto de expectativa que eu depositei em Terra Ardente né?! E daí fiquei apreensiva, porque sempre quando esperamos muito de algo, é mais fácil de não alcançar o objetivo, certo?! Mas no caso deste livro, não é certo MESMO! Superou completamente as minhas expectativas, me deixou completamente apaixonada por Matarana e seus personagens; e totalmente encantada pela narrativa “rebuscada” da autora. 

Matarana é o palco onde vamos encontrar os caubóis do cerrado e mulheres super determinadas. Cenário de muitas disputas pelo poder e de personagens muito peculiares e diferentes de qualquer outro livro que eu já tenha tido a oportunidade de ler, são personagens que depositam as suas emoções de forma crua, “na lata” (e não pensem que essa característica é ruim não, pois pra mim foi um dos pontos altos da obra). A autora nos brinda com muitos detalhes da cidade, detalhes de uma cidade “governada” por dois homens muito poderosos. E ainda nos apresenta modos de vida, a hierarquia, o valor do poder e do ter.

Karen Lisboa é mãe e ainda é responsável pela avó. Mulher sem papas-na-língua e que tem má fama por ter inúmeros encontros com os homens de Matarana, e encontros que só chegam até 3. Ainda é envolvida com corridas de cavalos, tem dívidas até dizer basta e possui dois fazendeiros super poderosos “brigando” pela sua propriedade, uns minúsculos bangalôs. Pra mim o lema da Karen seria um forrozinho de Luiz Gonzaga: “Paraíba masculina mulher macho sim senhor…”Nova Monteiro é uma jornalista destemida que acaba se envolvendo em investigações sobre as contratações de mão de obra por esses fazendeiros (por vias erradas). Eu adorei a Nova, rs.

“Os fracos torravam ao sol de Matarana. Morriam de sede. Eram mortos pelos pistoleiros. Eram comidos pelo câncer de pele. Os fracos vacilavam diante da esfinge. Contavam verdades embrulhadas em celofane.”

Ah, as personagens da Janice são ótimas! Ela dá um “chega pra lá” nas mocinhas castas e virginais. São mulheres corajosas que tem suas vontades, gostos, pensamentos e fazem valer… E além delas, nós leitoras somos presenteadas com uns caubóis (que vou te contar, viu?!), com personalidades difíceis, corações sofridos, conflitos interiores, traumas,... Rodrigo é o delegado que tenta proteger Matarana, altamente sexy, sensato,… E ainda tem o MEU Franco, que apesar de não ser um personagem principal, vai ganhando vida na narrativa. E sabe aquela mistura de caubói revoltado, mas sensível porque nunca soube o que é ser amado na vida?! Bem esse é o Franco, também conhecido como “diabo loiro” *suspirando efusivamente*

“Por que está chorando? A pergunta a pegou de surpresa, e ela lutou para não desabar. – Porque não tenho ninguém. – falou, enquanto engolia uma lágrima. – Já estou chegando. – disse para acalmá-la. Ele, que quase a expulsara de sua vida. – Não demora. – pediu num gemido. Ela, que temera morrer em suas mãos.”

Terra Ardente é uma mistura de romance, aventura, paixões avassaladoras, sensualidade, humor e muito mais! É uma estória que quando se começa, parece que o leitor é transportado para o “universo Matarana”. A Janice nos presenteia com personagens bem desenvolvidos, com características próprias e reais do ser humano, com suas falhas; e o leitor  consegue perceber a evolução e o amadurecimento de cada um deles. A leitura flui muito bem, mesmo não sendo um estilo de narrativa habitual (a Janice escreve utilizando o melhor da nossa língua portuguesa, podemos colocar assim). O leitor quer ler rápido e descobrir o desfecho, mas também quer ir devagar para curtir e não deixar esse universo ir embora. Não tem como acabar e não sentir falta, não precisar do próximo volume pra ontem,… Não há essa possibilidade! rs.

Obrigada Janice, pelo carinho! Obrigada por ter me dado a oportunidade de conhecer personagens tão fabulosos caubóis deliciosos, rs. e histórias tão gamantes! Terra Ardente entrou pros favoritos e ganhou o meu coração. Sem mais!

Livros da Série:  Terra Ardente, Céu Chamas  e Fogo no Cerrado.

caúbois

As Divas Entrevistam Janice Diniz :D

ID) Quem é Janice Diniz? Conte um pouco da sua história.

Comecei a escrever aos 15 anos. Aliás, meu presente de quinze anos foi uma máquina de escrever e um anel de brilhante. Minha mãe forçou a coisa do anel...rs Eu devorava romance de banca e reproduzia-os nas madrugadas, completamente envolvida. Não pensava que o fato de escrever histórias me tornasse uma escritora, porque eu só queria mesmo era escrever...rs Na verdade, meu sonho era ter uma banda de rock como a Joan Jett...rs Fiz até curso de técnica vocal...rs Sinceramente, eu achava que me tornaria uma cantora de rock. Até os 19 anos só pensava nisso, pensava mesmo, porque não fazia grandes coisas a respeito. Até que ouvi as frases mágicas numa rádio: “De onde viemos? Para onde vamos?” E era a chamada de uma Universidade divulgando o curso de Filosofia. O mundo então perdeu uma rock star, mais uma, quer dizer...rsr Sempre tive curiosidade em descobrir o que há por trás do espelho e é por isso que invento realidades.

Romance de banca?! *-* Banda de rock?! *-* Adorei!

ID) Como surgiu a ideia de escrever um romance contemporâneo, com caubóis e no Brasil? Como surgiu Terra Ardente?

Como diria Jack, o Estripador, foi por partes...rs Em 2001, eu vivia no interior do Mato Grosso, em uma cidade meio antipática... Desculpa quem é de lá, não estou falando que todo mundo é antipático, mas a cidade...cruz credo! rsr Bom, para se ter uma ideia, o que importava para receber sorrisos e um bom atendimento no comércio era o sobrenome da pessoa. Pronto, resumi tudo. Aí, pensei, “essa cidade sacana parece aquelas pocilgas empoeiradas do velho oeste...rsr (agora, me ralei de vez...rs). Saliento que o pessoal esquisito não era  do Mato Grosso, nascido no Mato Grosso, de jeito nenhum; era a turma do sul, como eu...rs Essa hostilidade aliada ao fato da cidade ter uma cultura que imitava a norte-americana, à la Texas, por exemplo, com direito a salão country e caubóis a cavalo usando chapéu e tudo mais, impressionou-me. Em 2007, já em Porto Alegre, procurando por uma identidade como escritora, uma vez que ainda não havia me encontrado nessa área, pensei em escrever sobre uma cidade hostil que não ia com a cara dos forasteiros. Aquilo tinha me magoado, viu...rsrs Na verdade, todo o escritor tem duas escolhas: investigar o mercado e seguir as tendências ou investigar o mercador e criar algo novo. O Roger Taylor, do Queen, disse certa vez em uma entrevista que eles sempre criavam o oposto do que estava em voga. Então, pensei: quem escreve histórias de amor com caubóis não sendo no velho oeste? Caubóis em pleno cerrado brasileiro, ativos, vivendo no século XXI? Assim surgiu a série Matarana. Em seguida, Terra Ardente.

HAHA, eu ri com o Jack, o Estripador! Gamei na tua explicação *-*

ID) Como foi criar Matarana? Você se inspirou em algum lugar?

Matarana foi o primeiro personagem criado para a série. Ela nasceu como alusão ao gênero que eu acreditava que seria mais aceitável no mercado editorial. Houve uma primeira versão da história, que teria vampiros. Mas os vampiros foram pulverizados antes da primeira cena...rs Matarana é um pedaço de pau semelhante a uma estaca (não sei como o Vianco não pescou essa...rsr) e foi inspirada na minha experiência de quase dois anos em Sorriso (agora, já sabem onde a porca torce o rabo...rsrs).

HAHAHA, pobrezinhos dos vamps, né?!

ID) Os seus personagens possuem características próprias, personalidades fortes e por alguns motivos acabam sendo diferenciais... E daí eu te pergunto, em meio a tantos personagens bons, qual o seu personagem favorito? E por quê?

Vamos ver, citarei apenas os protagonistas (viu, Mi? rs). Admiro a nobreza de caráter e a barriga tanquinho do Rodrigo, a autoconfiança e sagacidade do Thales e a maturidade emocional do Cris. A Nova é a minha bonequinha... rs Mas é a Karen a minha preferida. Ela é a versão feminina de um homem, não é masculinizada nem mulher-macho. As suas ações são mais aceitáveis nos homens, tanto o seu individualismo, a sua necessidade por liberdade e o prazer pela própria companhia. Ela se basta e, mesmo assim, quer amar e ser amada.

Tá perdoada! HAHA

ID)  O que você reserva para os leitores na continuação de Terra Ardente? [Dá pra contar um pouquinho sem spoilers, só pra deixar na curiosidade?]

O segundo livro da série se chama Céu em Chamas e começará a partir de onde terminou Terra Ardente. Há sempre um tema social alinhavado com o enredo geral. Em Terra Ardente eram os assassinatos por encomenda, em Céu em Chamas será a chegado do óxi em Matarana e em Fogo no Cerrado, retomarei a questão do trabalho escravo. Em relação aos personagens, algumas situações precisam ser resolvidas, mesmo que, aparentemente, tudo esteja acertado. Temos de lembrar que é uma série, assim, se X está com Y não significa que continuará... rs Quem leu Terra Ardente sabe que nada é previsível. Faço com meus leitores o que adoro que façam comigo: que me enganem! rs Verdade! Quando leio ou assisto a um filme, tento descobrir o que acontecerá em seguida. Odeio acertar, é meio frustrante. Prefiro ser surpreendida (positivamente, é claro, rs). Então, partindo dessa premissa, nada está certo, nem os pares românticos nem a permanência de determinados personagens na série.

Surpreende MESMO! *-*

ID) Pode deixar uma mensagem pro Diva? Pode aproveitar e deixar todos os links pras Divas [e queridos] que quiserem te encontrar, rs.

A blogosfera literária, para mim, é uma novidade. O Skoob, uma descoberta de poucos meses. Marketing, divulgação, entrevistas, venda de livros, parcerias, ufa!, tudo é muito recente...rs Ainda estou tentando entender como funcionam as coisas. Agradeço demais o carinho das blogueiras. Muitas delas, incluindo a Mirela, acolheram a mim e a Terra Ardente de braços abertos. Eu sou extremamente sentimental e logo me apego às pessoas. Nada de teoria do desapego pro meu lado...rs Por outro lado, como escritora, tenho obrigação de respeitar o leitor. Por isso, antes de pensar em publicar, estudei gramática e tive mentores fantásticos, quase todos dos séculos XIX e XX. Houve um preparo intelectual antes de oferecer às pessoas as minhas histórias, porque eu sempre quis propiciar aos leitores o que os outros escritores me ofereciam, sentimentos, fosse paixão, melancolia, raiva, medo, ternura ou puramente prazer. Ler é viajar sem se alienar. É estar em casa e em todos os lugares. Um dia, eu havia sido demitida, estava arrasada e o Fernando Sabino, com o seu “O Encontro Marcado”, me fez sorrir. Todos nós merecemos ser felizes, e eu tento contribuir com minhas histórias de amor.

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Janice, tu escreve muito bem, cara! Até nas respostas tu arrasa! *-* Obrigada, por sempre ser assim, essa simpatia em pessoa! Nós, do ID, te desejamos MUITO sucesso! Que as suas obras sejam reconhecidas, prestigiadas e com isso encantem muitas e muitas pessoas por aí, como me encantou! Eu, a Mi, adoro você!

~x~

SORTEIO DE MARCADORES! Cinco comentaristas serão contemplados com 1 marcador de Terra Ardente, autografado! ;D Para participar, basta comentar coerentemente (sobre a resenha e entrevista) até 14/02!

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