Título: Confissões de um Turista Profissional
Editora: Novo Conceito
Páginas: 94
Ano da Edição: 2011
Quem gosta de viajar, e viaja mesmo (isto é, não faz turismo pra inglês ver), sente uma vontade danada de falar a verdade sobre os lugares que visitou. Coisas como: vale a pena todo aquele trabalho no Louvre para não ver a Monalisa? Existe algum lugar mais insalubre do que uma barraca de praia no Nordeste? Ou ainda: o que o Brasil precisa de mais uma obra de Oscar Niemeyer, o veterano arquiteto que deixa um rastro de concreto aonde quer que vá? Mas falar essas coisas é, no mínimo, tornar-se chato. Pois Jota Pinto Fernandes, alter ego de Kiko Nogueira, é o chato que vive em cada viajante.
Eu não costumo ler muitas revistas especializadas em viagens
e turismo, sou um pouco descrente quanto a isso, mas sejamos sinceras, quantas
vezes você viu uma foto ou descrição de um ponto turístico e se empolgou, só
que ao chegar lá a realidade se tornou muito diferente da expectativa?! Eu não
tenho larga experiência em férias fora – na verdade só conheço dois Estados
além do meu – mas mesmo assim já me foi prometido uma praia paradisíaca e, ao
chegar ao local, o que encontrei foi um laguinho bem sem graça. É com esse
sentimento que lemos as recomendações e histórias desse livro, que pode ser
considerado um guia também – eu diria. O
autor nos presenteia com um pouco da grande experiência que possui em
viagens, formas de torna-las mais baratas, seguras e aproveitáveis.
Divertidamente, o que Kiko Nogueira nos oferece nestas 37
crônicas é uma grande viagem à vários lugares do mundo, com indicações,
chatices, curiosidades, gastronomia e muita, muita rabugentice...
Como Nortista, me senti compreendida quando ele defende o
resto do país no trecho:
"Jota Pinto acha que Dubai é uma miragem tirada de uma loja de abajures do centro de São Paulo, que pousadas românticas as quais não aceitam crianças são racistas e que os paulistas estão para o Brasil assim como os americanos estão para o mundo (Página 8)"
Mas também discordei dele na crônica que diz que aqueles que reclamam por pagar pouco deveriam reconsiderar pagar um pouco mais por bons serviços.
"O problema é a nossa eterna vontade de reclamar e de esperar um padrão Fasano, comendo no McDonald’s. O que é mais triste: vai dar errado, vamos ficar indignados e iremos ao Procon. E, perto do próximo feriado, vasculharemos a internet de madrugada, atrás daquela barbada de última hora (Página 71)"
Enfim, apreciei a leitura leve, fluida e divertida do livro
não só porque concordei com todas as crônicas escritas, porque conheça todos os
lugares e situações descritas, mas por ter relembrado viagens gostosas na infância,
embaraços do autor que também passei e chegado ao fim do livro com vontade de
conhecer mais do que Kiko Nogueira escreve.
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