29.4.12


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Rascunhos de Música #3 - Lu Piras



Música é uma arte maravilhosa, não é?! Somada aos livros então, nos faz sonhar. Mas para que isso aconteça, o autor busca em seus recônditos, não apenas busca palavras para compor seus enredos, ele busca sentimentos, e inúmeras vezes, a música nos ajuda a encontrar esse "toque" a mais em nossas histórias. Lu Piras, é uma autora que busca na música o toque para compor suas cenas, seu primeiro livro, Equinócio - a primavera, que será lançado em breve, foi uma coletânea de lindas cenas, com fundos musicais de nos arrancar suspiros.

A convidada de hoje na coluna Rascunhos de Música, é Lu Piras, autora de Equinócio, um lançamento da Editora Dracaena, ela põe para tocar a sua play-list e ainda nos presenteia com um trecho exclusivo do seu novo livro!


EQUINÓCIO / LU PIRAS




Músicas:

ARE YOU THE ONE – Whithin Temptation



Esse tema entrou para a minha lista de preferidos do Within Temptation por causa do Nate. Desde o primeiro momento em que o ouvi, soube que seria a música perfeita para o momento em que Clara se dá conta de que está apaixonada pelo anjo. Ele é aquele que pode salvá-la dela mesma.


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THE PROMISE – Secret Garden




Uma música instrumental lindíssima. Transmite muita paz e tem uma melodia tão calorosa que achei que se encaixa perfeitamente para o tema de Clara. Seria, no caso, a música que Nate comporia para ela.


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LIFE IN RAIN – Remy Zero





Life in Rain é exatamente o que eu procurava para compor o cenário do primeiro encontro de Clara e Nate, na praia. Ao ouvir essa música, eu sou imediatamente remetida ao ambiente frio e chuvoso da cena e ao momento em que ele estende a mão para ela.


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FOOTPRINTS IN THE SAND – Leona Lewis




Adoro o significado dessa música e todo o sentimento que ela transmite, de fé, esperança, de que nunca estamos sozinhos.


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ANGELS ON THE MOON – Thriving Ivory



Este é o tema eleito para Equinócio. Foi uma das primeiras músicas que ouvi enquanto escrevia a história e não canso de ouvir ainda hoje. Impossível não lembrar de várias cenas e de todo o sentimento que me tomou enquanto construía os personagens. Essa música, sem dúvida, é um composto essencial de Equinócio.

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Observação:
Minha playlist é vastíssima. Foi difícil escolher apenas 5. Eu incluiria Josh Groban, Mathew Perryman Jones, The Perishers, The Killers, Muse, Snow Patrol, Embrace, entre outros.



TRECHO de Equinócio:  (ouvir Life in Rain/Remy Zero)

A Lua prateada reina sem súditos num céu sem estrelas. Sob esse véu negro e amparada pela maresia, caminho e deixo pegadas que aos poucos o mar desfaz.
Sinto o vento roçar meu rosto, um sabor salgado na língua, o cheiro do mar cada vez mais forte e a areia fria e dura sob os meus pés. Uma lágrima se mistura, contrastando com o sabor salgado. No peito, meu coração se agita como as ondas que encontram as rochas. Com os olhos marejados, só enxergo meus pés.
De repente, uma densa névoa se forma ao meu redor e eu me vejo obrigada a parar de caminhar. Sento-me e colho um punhado de areia, que escapa entre meus dedos. Aqui ninguém pode ouvir, ninguém vai dizer nada. Estou só comigo mesma.
A Lua Cheia desaparece por trás das nuvens. Faz frio, mas não tenho vontade de levantar e prosseguir. Prefiro ficar aqui até adormecer. Seria bom se eu sonhasse, se me transportasse para um lugar mais aconchegante, onde em vez do mar bravio, houvesse calmaria e onde o tempo não existisse.
Os primeiros pingos de chuva lavam as lágrimas do meu rosto. Encolho o corpo abraçando os joelhos. De olhos fechados, saboreio a chuva. Até consigo sorrir por um breve instante.
Apago.
Todas as sensações se repetem. 
Uma luz intensa atravessa a névoa e chega aos meus olhos. O sabor e o cheiro da maresia são repentinamente substituídos por um aroma adocicado. Com os olhos impossibilitados de ver, apuro o meu olfato. A fragrância que me provoca é jasmim.
Uma fonte de energia se apropria de mim. Os meus sentidos estão presos a este instante, como que coordenados por algo ou alguém. O quê ou quem quer que esteja provocando estas sensações, está muito perto de mim.  Mentalizo uma figura que vai se tornando nítida à medida em que a luz se esvai. Tenho a impressão de estar imaginando, mas na verdade meus olhos estão bem abertos e eu de fato consigo ver. Primeiro o contorno. De repente a luz cintila e envolve a figura.
Meus olhos mentem ou minha mente é que vê além de meus olhos?
Estou confusa, o olhar estreitado, tentando perceber quem é esta pessoa. Esfrego meus olhos ardentes pela maresia e consigo perceber que é um homem.
Ele tem um semblante sereno e tranquilizador. Seus olhos de um verde expressivo, são tristes mas sorriem para mim; A sobrancelha é grossa, bem definida sobre os cílios longamente curvilíneos. Sua boca parece desenhada à pincel, são lábios finos e delicados, num tom acerejado contrastando com sua pele clara. Os cabelos são longos e lisos, amendoados ou dourados, não sei bem. É muito alto e magro mas tem um tórax bem definido, com peito e ombros largos, e braços torneados em músculos.
Toda esta riqueza de traços fisionômicos tão singulares e nobres contrasta com seu estilo casual, largado e bangunçado. Ele veste uma camisa branca e uma calça jeans surrada. E está descalço. Sua postura ereta e seu ar altivo não intimidam, mas não combinam com sua juventude, pois impõem um certo respeito.
Por melhor que eu consiga descrevê-lo, não encontro as palavras certas para a sua beleza. Tudo nele é simétrico e na devida proporção. Não lembra ninguém, não parece ser deste mundo. Há alguma coisa inatingível nele.
Não posso estar no meu juízo perfeito. Fecho os olhos por breves instantes à espera que a imagem do misterioso Adônis de mármore se dissipe, mas ele ainda está diante de mim, imóvel, me encarando. Seu olhar é impactante e invasivo. Parece me atravessar. Instintivamente desvio meus olhos dos dele. E é neste momento que ouço sua voz mansa:
― Não tenha medo. Estou aqui para ajudar você.
Ele me estende a mão, mas hesitante, adio o gesto duas vezes antes de aceitar. Na segunda vez, reparo na sua mão a espera da minha. É grande, os dedos são longos e delicados e no indicador, um anel de prata com símbolos de pirâmides invertidas. De repente sinto como se uma corrente elétrica me impulsionasse a soltá-la, mas estranhamente a maciez de sua pele relaxa minha mão. Seu toque é quente. Ele segura firme e me ajuda a ficar de pé.”

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Só posso terminar esta postagem dizendo: Que venha Equinócio! 
Se a playlist nos embalou intensamente com uma sonoridade incrível, mal posso esperar para conhecer na íntegra os responsáveis para uma trilha sonora tão linda!
Muito obrigada, Lu, por sonorizar com intensidade esta coluna!

Saiba mais sobre Equinócio: www.equinocioaprimavera.blogspot.com.br
Siga a autora no Twitter: @LuPiras80
Adquira em breve aqui: Editora Dracaena
Adicione no Skoob: Equinócio - A Primavera


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Como uma Diva que sou...

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