[Resenhando #75] Clube da Insônia - Tico Santa Cruz

Olá Divas/os. Mais uma semana juntos? Com resenha nacional? Esse ano estou batendo todos os recordes de leitura brazuca; quanto orgulho *.*

Título: Clube da insônia

Autor: Tico Santa Cruz

Editora: Belas Letas

Ano: 2012

                        Skoob xD

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Sinopse: Na noite, a fúria e a paixão se encontram. O submundo emerge às ruas, evocando gente esquecida que não tem vez nem voz e perambula pela cidade em busca de luz. A noite também é a casa da diversão sem hipocrisia, da embriaguez, da luxúria, das angústias e das reflexões de quem não consegue adormecer antes de a loucura se recolher novamente aos seus abrigos diurnos. De olhos bem abertos, o músico Tico Santa Cruz, líder da banda Detonautas Roque Clube, leva o leitor a um mergulho na escuridão para compartilhar seus medos e seu inconformismo, em textos viscerais que pulsam do início ao fim, madrugada adentro, até o sol nascer.

Meu primeiro contato com livros de autoria de poetas/compositores/cantores foi aqui no ID, e descrevi as delícias por aqui. Eis que o segundo contato também é com um roqueiro proativo e cheio de inconformismos e sem papas na língua. Tico Santa Cruz é o líder da Banda Detonautas Roque Clube e resolveu falar sobre tudo o que não o deixava dormir, pensamentos que o acompanhavam até o amanhecer ou, como ele mesmo disse, porque não conseguia deixar de se expressar, denominando a obra como Clube da Insônia. 

O livro é dividido em duas partes, e devo dizer que gostei de um pouco de cada e desgostei de algumas coisas em ambas. Me explico melhor?

Alguns trechos que muito gostei:

"Para se fazer escolhas é preciso conhecer as opções.
Para se conhecer as opções, muitas vezes é interessante vivê-las por dentro, sentindo a vida pulsar.
Sentir-se vivo não é só viver o dia todo fazendo tudo e qualquer coisa.
Sentir-se vivo é perceber como existem milhares de universos acontecendo ao seu redor sem depender de você para nada!" (Pág. 27).

"O mais difícil de qualquer amor é equilibrar o medo da perda.
O melhor de usar a palavra “qualquer” antes do “amor” é que cada um interpretará este texto com a visão que tem do amor neste exato momento.
O agora não pode ser depois." (Pág. 56).

Alguns textos prendem, fazem pensar, instigam. Mas outros parecem ter sido concebidos em uma epifania madrugadora e poderiam ter sido melhor trabalhados. Essa foi a minha percepção.

Alguns são tão irônicos que fazem rir, como quando ele descreve em três páginas o dia louco em que – sem mais nem menos – decidiu se depilar todo (intitulando o texto como 'Das coisas que mudam o mundo' ~muito bom~) ou ainda quando passa quatro páginas discorrendo sobre os pensamentos de Capone (seu gato) e o que ele acha da vida e do mundo pós-castração.

A segunda parte do livro é mais inconformista social, mais descritiva. Adorei alguns textos e outros me passaram incólume. Em suma, um livro curto, mas que vale a pena pra quem deseja saber um pouco mais sobre a vida e o que pensa Tico Sta Cruz.

Vale ressaltar? A diagramação, editoração e projeto gráfico da Belas Letras é sempre um espetáculo a parte.

Um beijo em cada Diva/o  o/ Até breve.