15.3.12


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[Resenhando #51] Roubada–Lesley Pearse


Roubada


Título: Roubada
Autora: Lesley Pearse
Editora: Novo Conceito
Páginas: 376
Ano da edição: 2011
Onde Comprar: Fnac | Siciliano | Saraiva

Skoob





Sinopse: Foi Sussex, 2003. Quando uma bela garota loira é encontrado quase afogada em uma praia. Ela não tem memória de quem ela é ou que horrores a deixaram lá. Mas um artigo sobre ela em um jornal de Brighton faz o alarme tocar para a esteticista Dale, que mostra as fotografias de Lotte Wainright para a polícia. As meninas se encontraram enquanto trabalhavam em um navio de cruzeiro e sua amizade floresceu enquanto navegaram os mares da América do Sul, até Lotte cair sob a influência sinistra de um casal de idosos americanos. Para seu arrependimento, Dale não vê Lotte desde que deixou o navio meses atrás... mas a menina na praia - embora machucada - é realmente sua amiga de quem sentiu muita falta. A reunião só marca o início de uma onda de segredos perigosos, mentiras e pesadelos. Onde Lotte esteve? Quem é o homem que parece querer matá-la? E o que aconteceu ao bebê que ela recentemente deu a luz? Dale e Lotte devem cavar fundo e encontrar a força para lutar contra todas as probabilidades, se quiserem reconstruir sua amizade e sobreviver ao passado roubado - e mortal - de Lotte. 


Um livro que me emocionou, encheu de raiva, de desconfiança, me chocou e, por último, deixou uma sensação ocre no estômago.

Sempre procuro um único significado que possa definir o que o livro significou para mim, nesse caso não seria algo necessariamente bom, mas que faz refletir: A Maldade Humana.

Gosto de romances e fantasias, mas o que me prende mesmo, me vicia, é a capacidade de alguns autores falarem da realidade sem falsos pudores ou medos, Lesley Pearse parece ser acostumada a isso.

O livro apresenta o perfil de vários personagens, sempre narrado em terceira pessoa, mas onde mais se aprofunda é em Lotte Wainwright e Dale Moore.

Dale é uma difícil criatura, jovem, bravia e de coração indócil, mas algo mudou quando trabalhou em um cruzeiro, conheceu Lotte e Scott e aprendeu o valor das amizades.

Lotte Wainwright é a grande incógnita do livro, a pessoa a ser amada, odiada e de quem desconfiei em cada página. Linda, loira, doce, meiga e gentil, aparentemente muito maltratada durante sua história. Ela sofreu grandes traumas durante toda a sua vida, e devo admitir que é tanto infortúnio que chega a ser duvidoso que uma criatura não enlouquecesse depois da metade de tudo. Para coroar com a cereja do bolo, ela some do contato de todos após o trabalho no cruzeiro, e aí os mistérios do livro começam a aparecer.

Não bastou de emoção? Lotte é encontrada a beira da morte em uma praia, na cidade onde nasceu e onde Dale e Scott trabalham atualmente, Selsey. Ela perdeu a memória, está cheia de cicatrizes no corpo e na alma sofrida [sim, sei que é clichê, mas é a verdade e precisa ser dita].

Lotte irá encontrar suas memórias aos poucos, e com muito sofrimento. Dale está disposta a ir fundo para saber o que aconteceu com sua amiga em um ano de desaparecimento.

A verdade pode ser mais dolorida que a ignorância dos fatos ocorridos, afinal, nem mesmo seus pais a querem bem ou se importam com ela...

Apesar da troca constante de foco narrativo, não há confusão em momento algum do livro. Foram um pouco árduas as repetições das desgraças de Lotte [todos entendemos que ela sofreu, ok?], mas acredito que a autora tenha feito isso pra antipatizarmos com a bela loira de olhos azuis e sua ingenuidade, assim como todos ao seu redor. Feliz intento.

O livro só não entrou para a estante dos preferidos do ano por ter sido lento no inicio, demorando um pouco a engrenar de verdade na leitura, mas ele recebeu a celebre condecoração que poucos tiveram a oportunidade, ser denominado “agoniativo”, que é um neologismo que uso para quando um livro é realmente tão bom e instigante que não dá para largar até que você descubra o que acontecerá.

No final do livro ainda tem uma espécie de biografia da autora, com entrevista, que eu adorei. Gosto muito de conhecer o processo criativo dos autores e saber o motivo que os levam a escrever sobre determinado assunto. Recomendadíssimo.

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